data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Suspensas desde 19 de março, as aulas nas redes pública e privada devem retornar, remotamente, a partir de segunda-feira. O governo do Estado projeta o retorno das atividades de forma gradual em até seis etapas, que seguirão até setembro. Em Santa Maria, a retomada será diferente em cada rede, já que as escolas privadas já ministram aulas via internet e, no município, a volta está prevista para a segunda quinzena de junho.
Na segunda-feira, começa a primeira fase de retorno: podem voltar às aulas tanto as redes públicas quanto privadas, em todos os níveis de ensino, somente de forma remota. As atividades poderão acontecer tanto com o uso da tecnologia quanto com a disponibilização de materiais impressos para pais e responsáveis para alunos que não têm acesso à internet.
Na rede pública, a plataforma usada durante as aulas será o Google Classrom, um aplicativo gratuito que cria ambientes virtuais. Entretanto, cada instituição tem autonomia para escolher o aplicativo. Os prefeitos podem restringir as medidas estabelecidas pelo Estado, mas não podem afrouxar as regras.
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Já a segunda etapa, prevista para 15 de junho, permite que sejam retomadas as atividades práticas de ensino presencial para conclusão de curso no Ensino Superior, técnico e pós-graduação. Além disso, também estão permitidos os retornos de cursos livres, como profissionalizantes, idiomas, artes e similares. Segundo a Secretaria de Educação, encaixam-se nessa modalidade, inclusive, cursinhos pré-Enem. De acordo com o governo, estadual, essa modalidade será permitida porque a frequência semanal é de um ou dois encontros presenciais, além das turmas serem pequenas, bem como a importância da retomada também impacta na economia e preservação de empregos.
Para que as atividades possam funcionar, devem ser respeitados todos protocolos de segurança, como utilização obrigatória de máscaras e distanciamento mínimo. As atividades só poderão ocorrer nas regiões onde vigoram as bandeiras amarela ou laranja. Em Santa Maria, a cor é laranja, mas o Estado deve divulgar, amanhã, novo protocolo para definir se a cor será mantida.
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AUTONOMIA
O governo estadual propôs um padrão de ensino remoto para as suas escolas. As aulas ocorrerão, a partir de segunda-feira, por meio da plataforma Google Classroom, que é gratuita. Entretanto, aderir ao modelo é uma sugestão. Cada escola pode utilizar outro sistema de ensino, desde que as atividades sejam à distância.
Ontem, a reportagem tentou contato com o titular da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE), José Egress, para saber como se dará o retorno das aulas na região. Contudo, até o fechamento desta edição, não obteve retorno sobre como se dará a retomadas das atividades na próxima semana.
O diretor geral do 2º Núcleo do Cpers/Sindicato, Rafael Torres, destaca que é permitido que as escolas tenham autonomia para aderir ou não à padronização de aulas pelo Google Classroom. Ele ressalta o fato de que há estudantes e escolas com menor acesso à internet.
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O Cpers desenvolve uma campanha chamada "Escolas Fechadas, Vidas Preservadas". Segundo o sindicato, o ensino remoto não é o ideal e prejudica a aprendizagem, mas o cenário da pandemia não permite o retorno às aulas presenciais agora.
- Gostaríamos que fosse presencial, mas não vamos voltar sem certeza absoluta de segurança. Que dure o tempo que for necessário. É uma situação excepcional que pede medidas de excepcionalidade. O governo mostrou estar balançando a voltar por pressões econômicas, mas entendemos que seria muito pior ter que voltar mais tarde com contágio alastrado e mais vidas perdidas - defende Torres.
REDE PRIVADA
O Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) recomenda às escolas particulares que sigam as determinações do governo estadual e mantenham o ensino remoto. Segundo o Sinepe, o ensino virtual já é ofertado pelas escolas vinculadas desde março, inclusive em Santa Maria. Com base em um parecer do Conselho Estadual de Educação, o sindicato afirma que as atividades do período de suspensão das aulas serão analisadas e validadas como dias letivos.
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O presidente estadual do Sinepe, Bruno Eizerik, acredita na cautela do governo estadual com o retorno das atividades, com respaldo em dados científicos. Assim que houver a publicação de portaria com os protocolos de retorno, o Sinepe deve fazer uma reunião com as escolas para implementar as medidas previstas.
Em nota, é dito que "na prática, o anúncio do governador não altera o trabalho das instituições privadas, apenas posterga a possibilidade de retorno". Sobre a manutenção do ensino remoto por mais tempo, além do prazo que o Estado ainda irá definir, o Sinepe aguarda a recomendação do conselho estadual.
*Colaborou Leonardo Catto